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Risco de infarto é maior no frio? Especialistas apontam motivos

As temperaturas mais baixas podem favorecer o aparecimento de doenças cardíacas. Saiba quais fatores contribuem para isso

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Foto de um homem com camisa azul pressionando o peito - Metrópoles
1 de 1 Foto de um homem com camisa azul pressionando o peito - Metrópoles - Foto: Reprodução/Getty Images

Com a onda de frio que atingiu diversas regiões do país, sobretudo Sul e Sudeste, e a aproximação do inverno, a tendência é que aumentem as chances de desenvolver problemas de saúde. Uma das preocupações em alta durante esse período é se as baixas temperaturas podem aumentar os riscos de doenças cardiovasculares, como infarto e arritmias.

De fato, nesse período, existem registros de aumento do número de infartos. Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia, estudos realizados em diferentes países mostram que, em comparação com as outras estações do ano, durante o inverno, o número de ataques cardíacos cresce, em média, 30%.

A estimativa é que a cada 10°C de queda na temperatura haja um aumento de 7% no índice de infartos, especialmente quando os termômetros atingem marcas inferiores a 14ºC.

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Razões

A cardiologista Priscilla Gianotto Tosello, que tem especialização em Imagem Cardiovascular, explica que isso acontece porque as temperaturas mais baixas exigem que o organismo regule a atividade metabólica para produzir mais calor. Ao mesmo tempo, o frio força o espasmo das artérias coronárias, que se contraem. “Com maior esforço, o coração pode sofrer com arritmias, passar por uma insuficiência cardíaca e até apresentar um infarto”, alerta a médica.

Segundo a cardiologista, algumas comorbidades podem tornar a predisposição a esses problemas de saúde ainda maior. Tabagismo, hipertensão, sobrepeso, diabetes e sedentarismo são algumas delas.

Portadores de doenças cardíacas também devem ficar mais atentos a sinais como cansaço, formigamento nos braços, dores no peito, tonturas, náuseas, suor intenso e mal-estar. “A qualquer sinal estranho, é melhor buscar ajuda médica, já que o infarto pode deixar sequelas ou até mesmo ser fatal”, enfatiza.

Fatores de risco

O cardiologista Roberto Yano destaca que alguns comportamentos típicos do inverno e a ação do frio no corpo contribuem para a elevação dos riscos. A ingestão de menos líquidos, por exemplo, é uma das causas apontadas pelo médico.

“Quando isso acontece, as pessoas ficam mais desidratadas. Isso deixa o sangue mais viscoso, grosso. E pode ainda atrapalhar o fluxo de oxigênio e nutrientes que são levados ao coração”, explica.

Além disso, no frio, as artérias do nosso corpo fazem o que se chama de vasoespasmo, o estreitamento do calibre das artérias. O médico aponta que, se uma artéria do coração já é doente e acaba afinando, o risco de infarto cresce.

Durante o frio, há também uma tendência das pessoas comerem em maior quantidade. O consumo de alimento mais calóricos e poucos nutritivos, de acordo com Yano, pode favorecer a obesidade. “As pessoas comem mais ‘besteiras’, comidas pouco nutritivas e mais calóricas, aí acabam ganhando peso, e como já sabemos, a obesidade também é um fator de risco para o infarto agudo do miocárdio”, argumenta.

O cardiologista lembra ainda que as doenças respiratórias, mais comuns nessa época, podem sobrecarregar o órgão. “Imagine se você já tem um coração doente e acaba pegando uma pneumonia, por exemplo, seu corpo vai exigir muito mais esforço para suprir a necessidade de oxigênio do coração”, completou.

Confira dicas para evitar problemas durante o inverno

  • Procure se hidratar e ter uma alimentação equilibrada
  • Opte por bebidas quentes e pouco calóricas, como o chá
  • Pratique exercícios físicos com regularidade
  • Evite se expor ao frio e saia bem agasalhado (toucas, casacos e luvas) para se proteger de doenças respiratórias
  • Use máscara, principalmente em ambientes fechados
  • Mantenha uma rotina de acompanhamento médico e exames

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